Paledriver

Mangá | Mushishi | 1999 | Yuki Urushibara

O meu Eu de 15 anos teria realmente amado. Um detetive paranormal andando pelas aldeias do Japão resolvendo casos misteriosos, com desenho belíssimo e boas sacadas nas resoluções. Um Constantine nipônico, sem a mitologia cristã.

Mas eu já passei muito dos 15 anos, e aí, apesar de ter sido uma boa experiência, não me sinto impelido a seguir nos outros volumes. É episódico, e entra no mesmo lugar que me incomoda em séries e me faz preferir filmes: não tenho nenhuma vontade, hoje, de me comprometer com uma história no longo prazo, com os mesmo personagens e com um arco que o autor precisa ficar forçando reviravoltas para que seguir criando naquele universo.

Filmes e livros tem começo, meio e fim, como tudo na vida. O residual desse fim das obras de arte alimenta suas reproduções tornas na vida e em outras obras de artes, e assim vai. As séries e os mangás longos, temporadas e episódios e volumes, tentam subverter isso e eu entendo o apelo. Alguns personagens são muito bons, como Ginko, o Mushi-Shi, brilhante em suas soluções e carismático em suas soluções práticas para sobreviver e interagir nesse contexto. Você quer passar mais tempo com eles.

Mas, para mim, não funciona tanto. Eu gosto das obras que acabam. Esse mangá é certamente muito superior a minha tentativa anterior. Está em listas de melhores mangás. "Mangás Cult". E eu gostei, mesmo. Mas não ao ponto de me comprometer e investir nos outros sete, acho, volumes. Porém, certamente os leria se fossem oferecidos de graça.