Paledriver

Livro | O Rei de Amarelo | 1895 | Robert W. Chambers

Daí, apesar de ter outros na lista, optei por reler o Rei de Amarelo. Agora, já entendendo melhor a influência da obra no horror americano mas, e principalmente, entendendo melhor o decadentismo francês e já tendo lido algo de Wilde, bem como conhecendo mais profundamente o que o autor que mostrar com a influência da arte no imaginário e com os possíveis caminhos de derrocada sem freio que a mente humana pode tomar, estou me relacionando de forma completamente diferente com a obra.

Ajuda bastante, também, o brilhante trabalho deste edição em busca de contextualizar para o leitor. Por exemplo, o primeiro conto é evidentemente satírico, e me espantou saber que alguns críticos viram ali uma "utopia". O que eu ainda não vi foi o "terror cósmico" que Lovecraft enxergou na obra, exceto se ele interpretou o mundo da peça como algo real, forçando a entrada na nossa dimensão. Se era essa a intenção do autor, lembraria de certo modo os caminhos que Lynch deu para Twin Peaks, onde também é confusa a fronteira entre o onírico (com tons de pesadelo e profecia) e a realidade (cortada por uma crueza sobrenatural que não compartilha valores humanos e não se comunica, não negocia).

A ver.


Atualização 25/08/2022

Terminei gora, passei um pouco outras coisas na frente. Os contos posteriores eram muito "final do XIX", entre o Romântico e o Moderno, com descrições volumosas, um estilo que não me pega muito.